O NÚCLEO

O Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação - NAAH/S está abrigado na Escola Parque desde de sua implantação pelo MEC - Ministério de Educação e Cultura, em 2006, mas já vinha atuando com a proposta de identificar e atender alunos com indicativos de altas habilidades desde de 2005, na faixa etária de 08 a 16 anos, fornecendo orientação à escola e família de alunos em idade pré-escolar na faixa etária entre 02 a 07 anos.

Desenvolvemos atividades de enriquecimento escolar para os alunos, apoiados nos estudos dos pesquisadores Joseph Renzulli, Zenita Gunther, Denise de Souza Fleith e Haword Gardner que são a base teórica dos estudos sobre esse tema, bem como, tomamos como modelo o atendimento desenvolvido no Centro para o Desenvolvimento do Potencial e talento - CEDET de Lavras - MG e os instrumentos de identificação organizados por Suzana Pérez e Soraia Freitas que procuram tecer um diálogo entre a teoria e a prática partindo de dois construtos: a Teoria das Inteligências Multiplas de Gardner e os Três Anéis de Renzulli. Além do atendimento supracitado desenvolvemos também atividades de orientação às famílias destes alunos em dois grupos distintos, são eles: grupo de pais dos alunos precoces e dos alunos em idade escolar que estão em nosso Núcleo ou nas salas de Atendimento Especializado.

O Núcleo também faz visitas em escolas públicas e particulares para orientar professores, identificar alunos, ministrar palestras e quando solicitado apoia e orienta os professores das salas de Atendimento Especializado.

A formação do professor para atendimento ao aluno com capacidade acima da média é também parte importante do nosso atendimento, visto que, consideramos o referido profissional, como uma das principais fontes para a identificação do aluno com indicativo de altas habilidades/superdotação.

Os referidos profissionais têm participado de cursos de capacitação implementados por profissionais da área junto a Secretaria de Educação do Estado da Bahia e o Instituto Anísio Teixeira - IAT.

30 de abril de 2014

Plano de Aula 05 - Data: 30/04/2014


Tema: Juventude: consciência e autoestima


Objetivo geral: conhecer a lógica de programação do RCX  e instruções para seu funcionamento.
Objetivos específicos: 
  • usar a IT (informação tecnológica) para explorar e resolver problemas no contexto de trabalho de uma diversidade de assuntos;
  • construir uma série de instruções em uma ordem precisa a serem executadas; 
  • inventar procedimentos a serem executados por um robô  criado com RCX robótica  lego dactea.
Procedimentos:

Acolhimento: Reflexão sobre o Texto - A parábola da Carroça Vazia.

Atividade – 3: Andando como um Robô - atividade com toda a classe - os alunos irão inventar um caminho pelo qual o robô possa andar. Para essa atividade, o caminho deve ser pré-determinado, com apenas cinco ou seis voltas. Um aluno será escolhido para ser o robô. O robô só entenderá os seguintes comandos:  vire a esquerda 90 graus; vire a direita 90 graus; dê um passo adiante com o pé esquerdo; dê um passo adiante com o pé direito; e pare. A turma irá comandar o robô pelo caminho usando apenas os cinco caminhos que o robô entende.

Atividade4: Seguindo uma linha – atividade com toda a classe - no piso da sala os alunos devem marcar uma linha usando fita adesiva de cores diferentes do piso de modo que promovam um contraste. A linha deve seguir um caminho irregular ao redor da sala. Na linha de chegada usar fita diferente ou pedaço de papel colorido. Dar um tubo de papelão ou um cilindro a cada aluno e propor desafio a seguirem a linha do piso olhando pelo tubo e com o outro olho fechado ou vedado com a mão. Os alunos devem relatar as dificuldades que tiveram ao tentar seguir a linha e relatar que atitudes tomaram quando se desviaram da linha.

Programa: Em pares escrever um programa para o robô seguir a linha do início a chegada.  O programa deve ter alguma maneira de ajudar o robô quando ele se desviar da linha. Os alunos devem compreender que o robô tem um sensor que pode dizer a diferença entre a cor da linha, a cor do piso e a cor da linha de chegada. O robô pode também entender repetição de loops e as seguintes instruções: vá um passo a frente/vire 5 graus à direita/vire 5 graus à esquerda/pare.
 

23 de abril de 2014

Plano de Aula 04 - Data: 23/04/2014

TemaJuventude: consciência e autoestima

Objetivo geral: Construir modelos de robôs que executem ações simples.

Objetivos específicos:  
  • perceber como o corpo ou parte do corpo pode afetar o que o robô pode fazer; 
  • exercitar a criatividade; 
  • enriquecer suas invenções;
  • socializar o conjunto introdutório à robótica  lego Dactea.
 Procedimento:
  • Acolhimento: dinâmica advinha quem sou (fortalecer as relações interpessoais e refletir sobre as necessidades de cooperação, comunicação clara, formas de tratamento, flexibilidade e negociação, compartilhar ideias, exercitar coordenação motora); Roteiro - divisão da turma em grupos; distribuição de cartelas com o nome de dez objetos;um integrante de cada equipe desenhará no quadro para seu grupo advinhar; ganhará quem acertar o maior número de objetos no prazo de um minuto.
  • Quiz interativo (testar conhecimentos prévios, trabalhar memória recente e remota); roteiro – responder as perguntas do questionário testando os conhecimentos.
  • Aula introdutória – atividade com toda a classe  “eu sou robô” os alunos irão resolver a situação problema: será apresentado a superfície de um planeta contendo amostras de “minerais” e “pedras ”. Construidos de maneira simples com pedacinnhos de papel, bolas de diferentes  tamanhos, pedaços de isopor, canetas, lápis. A tarefa consiste em explorar e trazer um conjunto de amostras para análise e para tal os alunos deverão construir a garra do robô, experimentar pegar a amostra, registrar os resultados e comparar as diversas garras construídas pelos colegas à mão humana e ao braço de um robô.   Material a ser usado:  guia de atividades robolab m9780, atividade nº 02 e folha de atividade nº 02, kit de montagem robolab.

 Avaliação: Contínua  e emancipatória.
 
 

Plano de Aula 03 - Data: 09/04/2014

TemaJuventude: consciência e autoestima

Objetivo geral: Compreender a aplicabilidade do projeto robótica
Objetivos específicos:
  • socializar o conjunto introdutório à robótica  lego Dactea;
  • identificar interesse por projetos de construção de robôs;
  • reconhecer diferentes tipos de robôs no mundo ao seu redor;
  • escolher um projeto para desenvolvê-lo durante as atividades de robótica;
  • elaborar  croqui do projeto escolhido.
 Procedimento:
  • acolhimento;
  • quiz interativo;
  • aula introdutória - material da introdutório à robótica  lego Dactea.

Avaliação: Contínua  e emancipatória.
 

Plano de Aula 02 - Data: 26/03/2014

TemaJuventude: consciência e autoestima


Objetivo geral: Desenvolver o raciocínio lógico através de atividades de lógica ilustrativa associada à leitura.


Objetivos específicos:
  • desenvolver a competência da leitura;
  • trabalhar o raciocínio  lógico; atenção, concentração;
  • trabalhar com lógica ilustrativa;
  • calcular as quatro operações utilizando o raciocínio mental.
 Procedimento:
  • acolhimento: dinâmica medo de desafios;
  • distribuir a atividade de leitura de lógica ilustrativa;
  • explicar as primeiras operações matemáticas com o auxílio do ábaco;
  • distribuir as atividades de numeração decimal para a efetuação.
Avaliação: Contínua  e emancipatória.

Plano de Aula 01 - Data: 12/03/2014

TemaJuventude: consciência e autoestima


Objetivo geral: Socializar a proposta pedagógica do NAAH/S  para  orientar  o estudante e despertá-lo quanto à  importância de sua participação e compromisso na efetivação das atividades que devem ser realizadas no núcleo.

Objetivos específicos:
  • conhecer a proposta do NAAH/S;
  • participar na seleção dos conteúdos a serem estudados ao longo do semestre;
  • perceber a importância de participar na execução das tarefas;
  • conhecer e entender o tema que norteará os trabalhos durante o ano letivo;
  • elaborar  o acordo de convivência.
 Procedimento:
  • Acolhimento;
  • Apresentação oral  da proposta do NAAH/S e dos professores;
  • Leitura compartilhada do texto “os dez mandamentos das relações humanas”;
  • Realização da atividade;
  • Produção coletiva do contrato de convivência.
Avaliação: Contínua  e emancipatória.

Apostila sobre Altas Habilidades

Altas Habilidades/Superdotação e a Inclusão Escolar

Segundo Fleith (2007) tanto nacionalmente como internacionalmente já existe uma maior conscientização no que diz respeito a investir em programas que atendam alunos com um potencial acima da média nas diversas áreas de conhecimento, assim como o de disseminar informações com relação a altas habilidades/superdotação e das condições necessárias para o reconhecimento, desenvolvimento e expressão, visando à desmistificação de falsas noções deste fenômeno. Portanto, a formação de professores; o reconhecimento das necessidades do superdotado nas propostas educacionais, o estabelecimento de parcerias com a família e escola e um trabalho diversificado de atendimento ao aluno se faz necessário, assim diz (Alencar & Fleith, 2006).



Assim sendo, em 2005, a Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação implantou os Núcleos de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação em todos os estados brasileiros (Brasil 2005ª). Os objetivos destes núcleos são:



Ø contribuir para a formação de professores e outros profissionais na área de altas habilidades/superdotação, especialmente o que diz respeito a planejamento de ações, estratégias de ensino, métodos de pesquisa e recursos necessários para o atendimento de alunos com superdotados;



Ø oferecer, ao aluno com altas habilidades/superdotação, oportunidades educacionais que atendam às suas necessidades acadêmicas, intelectuais, emocionais e sociais, promovam o desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico, criativo e de pesquisa e cultivem seus interesses e habilidades;



Ø fornecer à família do aluno informação e orientação sobre altas habilidades/superdotação e formas de lidar de maneira segura com a capacidade superior de seu filho bem como de estimular o potencial superior dos mesmos.



Ø Oportunizar, ao professor, acesso a materiais, recursos didáticos e pedagógicos que poderão subsidiar a prática docente.



CONCEITO DE ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO

(material pesquisado no site: Revista Escola).

Acesso em 22/02/2010.)



A Política Nacional de Educação Especial do Ministério da Educação / Secretaria de Educação Especial (1994) adota o conceito de Marland, que define como pessoas – crianças e adultos com altas habilidades / superdotação as que apresentam desempenho acima da média ou elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados:



Ø capacidade intelectual geral;

Ø aptidão acadêmica específica;

Ø pensamento criativo ou produtivo;

Ø capacidade de liderança; talento especial para artes;

Ø e capacidade psicomotora.




Uma conceituação atualmente aceita por vários autores sobre o que seja a pessoa superdotada é a de Renzulli, no seu Modelo dos Três Anéis. Segundo este pesquisador, o comportamento superdotado consiste na interação entre os três grupamentos básicos dos traços humanos:



Ø habilidades gerais e/ou específicas acima da média;

Ø elevados níveis de comprometimento com a tarefa;

Ø e elevados níveis de criatividade.




Habilidade acima da média: referem-se aos comportamentos observados, relatados ou demonstrados que confirmariam a expressão de traços consistentemente superiores em qualquer campo do saber ou do fazer. Assim, tais traços apareceriam com freqüência e duração no repertório de uma pessoa, de tal forma que seriam percebidos em repetidas situações e mantidos ao longo de períodos de tempo.



Criatividade: são os comportamentos visíveis por intermédio da demonstração de traços criativos no fazer e no pensar, expressos em diferentes linguagens, tais como: falada, gestual, plástica, teatral, matemática, musical, filosóficas ou outras.



Envolvimento com a tarefa: relacionam-se aos comportamentos observáveis por meio de expressivo nível de interesse, motivação e empenho pessoal nas tarefas que realiza.



Um dos aspectos que Renzulli dá ênfase em sua concepção é o motivacional. Esse aspecto inclui uma série de traços, como: perseverança, dedicação, esforço, autoconfiança e uma crença na sua própria habilidade de desenvolver um trabalho importante.



Qual a origem das altas habilidades/superdotação?



Como na grande maioria das demais áreas da vida humana, a discussão científica sobre o talento tem sido permeada por defesas da herança biológica e da estimulação ambiental. Da mesma forma que nos demais casos, é muito difícil poder apontar com exatidão quanto de determinação cabe a um e a outro. Entretanto, pode-se afirmar, com razoável segurança, que ambos contribuem para o processo de desenvolvimento de uma pessoa dotada de altas habilidades/superdotação, e que um ambiente estimulador favorece a manifestação de suas características.



Quais os tipos de alunos com altas habilidades/superdotação?



Dos tipos mencionados na literatura, destacam-se os seguintes:

Tipo Intelectual – apresenta flexibilidade, fluência de pensamento, capacidade de pensamento abstrato para fazer associações, produção ideativa, rapidez do pensamento, compreensão e memória elevadas, capacidade de resolver e lidar com problemas.



Tipo Acadêmico - evidencia aptidão acadêmica específica, de atenção, de concentração; rapidez de aprendizagem, boa memória, gosto e motivação pelas disciplinas acadêmicas de seu interesse; habilidade para avaliar, sintetizar e organizar o conhecimento; capacidade de produção acadêmica.



Tipo Criativo - relaciona-se às seguintes características: originalidade, imaginação, capacidade para resolver problemas de forma diferente e inovadora, sensibilidade para as situações ambientais, podendo reagir e produzir diferentemente, e até de modo extravagante; sentimento de desafio diante da desordem de fatos; facilidade de auto-expressão, fluência e flexibilidade.



Tipo Social - revela capacidade de liderança e caracteriza-se por demonstrar sensibilidade interpessoal, atitude cooperativa, sociabilidade expressiva, habilidade de trato com pessoas diversas e grupos para estabelecer relações sociais, percepção acurada das situações de grupo, capacidade para resolver situações sociais complexas, alto poder de persuasão e de influência no grupo.



Tipo Talento Especial - pode-se destacar tanto na área das artes plásticas, musicais, como dramáticas, literárias ou técnicas, evidenciando habilidades especiais para essas atividades e alto desempenho.



Tipo Psicomotor - destaca-se por apresentar habilidade e interesse pelas atividades psicomotoras, evidenciando desempenho fora do comum em velocidade, agilidade de movimentos, força, resistência, controle e coordenação motora. E ainda complementa Guenther (2001, p. 32): “domina o próprio corpo, suas coordenações e músculos, tendões e articulações em nível de desempenho de alta qualidade, no campo atlético, esportivo, ou na área de coordenações finas, como, por exemplo, para manejar um bisturi ou um instrumento eletrônico.”



Esses tipos são desse modo considerados nas classificações internacionais, podendo haver várias combinações entre eles e, inclusive, o aparecimento de outros tipos, ligados a talentos de mais habilidades (MEC,SEESP, 2002).



Quais as características mais comuns do alunado que apresenta altas habilidades/superdotação?



Suas características variam, mesmo porque cada um apresenta perfil diferenciado, de pensar, de aprender, de agir e de desenvolver seu potencial.



Entretanto, há um elenco de características consideradas universalmente, como:



- curiosidade e vivacidade mental;

- motivação interna;

- persistência na área de seu talento;

- facilidade de compreensão e percepção da realidade;

- capacidade de resolver problemas;

- energia;

- habilidade em assumir riscos;

- sensibilidade;

- pensamento original e divergente;

- conduta criativa.



Nem todos apresentam as mesmas características, visto que elas podem variar em grau de intensidade e na forma de sistematizar os comportamentos.



Processo de Identificação dos Alunos com Altas Habilidades?Superdotação



O propósito principal da identificação, jamais deve ser o de rotular, mas sim motivo para estabelecer uma ação pedagógica adequada, que venha atender as necessidades educacionais, sociais e emocionais dos alunos, evitando dessa forma problemas de desajustamentos, desinteresse em sala de aula e baixo rendimento escolar e que esteja expressa no projeto político pedagógico da escola.



O sistema de identificação do aluno superdotado deve conter, segundo sugestão de alguns estudiosos da área, a combinação de instrumentos para garantir que uma maior quantidade de crianças sejam identificadas como bem dotadas ainda em idade pré-escolar.



GUENTHER (2000) enfatiza a necessidade de se estabelecer, um processo de identificação ao longo de uma dimensão de tempo, baseado na sequência de acontecimentos naturais do dia-a-dia, orientado pela observação contínua, direta e cuidadosa, nas mais diversas situações de ação, produção, posição e desempenho nas quais as crianças estiverem envolvidas.



O Núcleo de Altas Habilidades/Superdotação adota e indica ao professor no processo de identificação dos alunos talentosos, o preenchimento da Lista de Indicadores criada pela estudiosa Zenita Cunha Guenther em seu livro intitulado: “Desenvolver capacidades e talentos: um conceito de inclusão”. Neste documento, ao longo do tempo sinalizado por Guenther, 2000), através da observação direta, o professor em sala de aula desenvolve atividades em que os alunos no processo de execução demonstram suas habilidades e talentos, possibilitando o preenchimento da lista pelo professor.



Contudo, é importante destacar que reconhecer crianças como superdotado-talentosas não significa predizer um futuro brilhante para elas. Pessoas que alcançaram a notoriedade só o conseguiram após muitos anos de dedicação e esforço na mesma área, com apoio e estímulo, alto grau de criatividade, além de enfrentar a concorrência no campo de atuação.



Existe amparo legal para o atendimento ao superdotado?



Dentre os documentos legais existentes sobre esta temática, podemos destacar:

LDBEN nº. 9394/96

RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº. 02/2001

DELIBERAÇÃO Nº02/03 – CEE



Quais as alternativas para o atendimento ao superdotado?



Segundo as diretrizes básicas traçadas pelo Ministério de Educação – MEC, no Brasil, as alternativas utilizadas são: enriquecimento dos conteúdos curriculares e aceleração, ou as duas combinadas. Tanto uma quanto a outra devem estar de acordo com as características da escola e adequadas à realidade do aluno.



Também participar das atividades de enriquecimento educacional desenvolvidas no Núcleo de Altas Habilidades/Superdotação no turno oposto ao estudo da escola regular.



O que pode fazer o professor pelo aluno superdotado? É importante apontar que nenhum professor necessita apresentar altas habilidades para ensinar alunos que as apresentam.



O que compete ao professor é a identificação das áreas de altas habilidades do aluno, observando como estas estão sendo utilizadas no contexto escolar, podendo, dessa forma, planejar as atividades de ensino de forma a promover o crescimento de acordo com o ritmo, as possibilidades, interesses e necessidades do educando.



Toda ação pedagógica utilizada com o superdotado pode ser utilizada com qualquer aluno. Considerações como estas NOVAES (1981) em seu artigo “Benefícios da Educação do Superdotado Extensivo a Todos”, chama atenção para o fato de que propostas de enriquecimento curricular e estratégias têm sido também aproveitadas em situações de aprendizagem com alunos não necessariamente superdotados.



Qual o papel da Educação Especial no que se refere ao aluno com altas habilidades/superdotação?



A Educação Especial deve atuar na relação pedagógica para assegurar respostas educacionais de qualidade às necessidades especiais do aluno com altas habilidades/superdotação, por meio de serviços, recursos e metodologias em todas as etapas ou modalidades da Educação Básica, que dela necessitarem para o seu sucesso escolar.



Desfazendo Idéias Errôneas e Falsos Conceitos a Respeito do Indivíduo com Altas Habilidades/Superdotação



Segundo GUENTHER (2001, p.51) muitos mitos e falsos conceitos envolvendo crianças mais capazes e talentosas já foram desafiados, desacreditados e abolidos tais como:



Ø Eles conseguem se desenvolver sozinhos e sem ajuda. Isso não é absolutamente verdade. Muitas crianças talentosas ficam sem incentivo, desestimuladas, desanimadas e abandonam os esforços e disciplina necessários pra promover o desenvolvimento de seu potencial; por isso uma boa parte do talento humano é desperdiçado, mediocrizado ou permanece sem se desenvolver.



Ø Eles são fisicamente fracos e emocionalmente instáveis. Essa é também uma idéia falsa, pois há muitos estudos mostrando que, como grupo, as crianças bem-dotadas tendem a ser fisicamente mais forte e mais saudáveis, a longo prazo, do que a população com que é comparada. (...). Também como grupo são mais estáveis e mais fortes emocionalmente, do que os seus pares etários. Na verdade eles precisam ser mais fortes, e amadurecer melhor, para enfrentar as demandas e expectativas a que frequentemente são submetidos.



Ø O talento desaparece, queima-se, e crianças muito dotadas não são produtivas por muito tempo na vida adulta. Outra noção falsa. As pessoas bem-dotadas e talentosas permanecem produtivas e talentosos até idades muito avançadas e apresentam produtividade superior ao grupo de idade, em todas as faixas etárias. Entretanto, realmente acontece que muitas crianças, tidas como prodígios na faixa de idade de 2,3 a 4, 5 anos, crescem e se revelam normais, não apresentando nem produção e nem características de dotação superior, quando adultos. (...). Portanto, cabe lembrar que precocidade pode ser um sinal de capacidade elevada – mas apenas um sinal, pois muitos talentosos não foram precoces, inclusive Einstein, o maior gênio deste século, que somente começou a falar aos três anos de idade, e não conseguia ler antes dos sete! Ao passo que muitas crianças, prodígios foram adultos normais.



Ø O bem-dotado nasce assim, e nada pode modificá-lo, nem para mais e nem para menos. Isso também é uma noção falsa. O potencial presente como predisposições e inclinações no plano genético, ou ao nascer, é enormemente influenciado por fatores, condições e variáveis ambientais. Inteligência é um atributo que pode ser nutrido, modificado, re-criado, estiolado ou desenvolvido pelo que a criança encontra, ou deixa de encontrar, em termos de condições ambientais e estimulação, durante e pela experiência de vida, e não algo a ser “descoberto” nas crianças.



Complementando essa discussão, Denise Fleith (2007, p.16-17) também elenca essas idéias errôneas sobre os bem-dotados:



Ø Compreender Gênio e Superdotado como sinônimos. (...) Devido a esta concepção do superdotado como um gênio, não é raro a família questionar e mesmo negar que o seu filho se qualifique como tal, quando, por exemplo, é informada pela escola que ele foi selecionado para participar de um programa de atendimento a alunos com altas habilidades. (...) O que tem sido apontado pelos estudiosos das altas habilidades/superdotação é a idéia de que existe um contínuo em termos de habilidades, seja, por exemplo, na área intelectual ou artística, apresentado o superdotado uma ou mais habilidades significativamente superiores quando comparado à população em geral. E tem sido recomendado que o termo “gênio” seja reservado para descrever apenas os indivíduos que deixaram um legado à humanidade, pelas suas contribuições originais e de grande valor.



Ø O superdotado se caracteriza por um excelente rendimento acadêmico. Outra idéia equivocada. Muitas vezes, observa-se uma discrepância entre o potencial (aquilo que a pessoa é capaz de realizar e aprender) e o desempenho real (aquilo que o indivíduo demonstra conhecer). Muitos são os fatores aos quais se pode atribuir este desempenho inferior. Tanto uma atitude negativa com relação à escola, como as características do currículo e métodos utilizados, além de baixas expectativas por parte do professor, paralelamente a pressões exercidas pelo grupo de colegas com relação ao aluno que se destaca por suas idéias ou habilidades marcantes, são alguns dos fatores responsáveis, sendo que esses relacionam entre si de maneira interdependente e complexa. Outros fatores que podem ser considerados para explicar essa discrepância:



§ Fatores individuais – baixa auto-estima, depressão, ansiedade, perfeccionismo, irritabilidade, não-conformismo, hostilidade e comportamento agressivo, lócus de controle externo, impulsividade e déficit de atenção e necessidade de ser aceito pelos colegas.



§ Fatores familiares – baixas expectativas parentais, atitudes inconsistentes dos pais a respeito das realizações do(a) filho(a); conflitos familiares, clima familiar em que prevalece menor grau de apoio, segurança e compreensão das necessidades da criança ou do jovem.



§ Fatores do sistema educacional – ambiente acadêmico pouco estimulante, métodos de ensino centrados no professor; excesso de exercícios repetitivos, baixas expectativas do professor com relação ao desempenho do aluno, pressão ao conformismo, procedimentos docentes rígidos, com padronização do conteúdo, aliado ao pressuposto de que todos os alunos devem aprender no mesmo ritmo e de mesma forma.

§ Fatores da sociedade – cultura anti-intlectualista, que se traduz por uma pressão em relação aos alunos que se dedicam e se sobressaem na área acadêmica. Os rótulos “nerd” ou “cdf”, usados, muitas vezes, de maneira pejorativa, constituem-se formas de discriminar negativamente esses alunos.



Maior valorização da beleza física comparativamente à inteligência, especialmente no gênero feminino, o que faz com que um largo contingente de alunas com altas habilidades não expressem ou mesmo neguem suas habilidades intelectuais superiores.

Ø A participação em programas especiais fortalece uma atitude de arrogância e vaidade no aluno superdotado. Outra noção também difundida que não tem fundamento. O que se tem confirmado é que estudantes que vem sendo submetidos ao atendimento especializado, quando de boa qualidade, ficam mais satisfeitos academicamente, entusiasmados com as propostas curriculares, mais ajustados social e emocionalmente. (Reis & Renzulli, 2004).

Ø Valores culturais a favor de um atendimento especial apenas a alunos com distúrbios de conduta e deficiência. Frequentemente professores e gestores de instituições educacionais defendem que seria um absurdo investir em programas para alunos com altas habilidades/superdotação, quando existe um largo contingente de alunos com necessidades especiais relacionadas a distúrbios e deficiências diversas, que permanece sem um atendimento especializado no país. Deve o sistema educacional atender, de forma diferenciada, tanto aqueles com altas habilidades e talentos especiais como os que apresentam distúrbios de condutas e deficiências diversas.

Ø A aceleração do aluno superdotado resulta mais malefícios do que benefícios. As pesquisas têm indicado, porém, que a aceleração traz benefícios para o aluno, quando o processo de aceleração é bem conduzido, levando-se em conta as suas necessidades e características intelectuais, sociais e emocionais, paralelamente a professores adequadamente preparados para apóiá-lo em suas necessidades.

Ø O superdotado tem maior predisposição a apresentar problemas sociais e emocionais. Contrário a essa idéia, inúmeros estudos têm indicado que muitos alunos com altas habilidades/superdotação caracterizam-se não apenas por uma inteligência superior, mas também por um melhor ajustamento social e emocional. Entretanto, aqueles que apresentam uma inteligência excepcionalmente elevada tendem a enfrentar maior número de situações que poderão ter um impacto negativo no seu ajustamento sócio-emocional. Neste grupo, é mais frequente os alunos se sentirem pouco estimulados pelo programa levado a efeito na escola, apresentando ainda dificuldades de relacionamento social com os colegas, por terem interesses distintos, o que gera sentimentos de solidão e isolamento.



Dicas



O que mais posso ler sobre este tema?



REFERÊNCIAS:




ALENCAR, E.M.L.S. Como desenvolver o potencial criador. Petrópolis: Vozes, 1991.

ALENCAR, E.M.L.S. Perspectivas e desafios da educação do superdotado. Tendências e desafios da educação especial (p.104–124). Brasília: SEESP, 1994.

ALENCAR, E.M.L.S. O processo de criatividade: produção de idéias e técnicas criativas. São Paulo: Makron, 2000.

ALENCAR, E.M.L.S. & FLEITH, D. S. Superdotação: determinantes, educação e ajustamento. São Paulo: EPU, 2001.

ARMSTRONG, Thomas. Inteligências múltiplas na sala de aula. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2001.

COSTA, A C. G. C. Tempo de servir: o protagonismo juvenil passo a passo: um guia para o educador. Belo Horizonte: Universidade, 2001.

FREEMAN, J. & GUENTHER, Z. C. Educando os mais capazes, São Paulo: EPU, 2000.

GARDNER, Howard , Inteligências múltiplas: um conceito reformulado. São Paulo: Objetiva, 2000.

GUENTHER, Z. C. Desenvolver capacidades e talentos. Um conceito de inclusão. Petrópolis: Vozes, 2001.

______. Educando o ser humano: uma abordagem da psicologia humanista. São Paulo: Mercado de Letras, 1997.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria de Educação Especial. A construção de práticas educacionais pra alunos com Altas Habilidades/Superdotação. Vol.1. Orientação a professores. Org, Denize de Souza Fleith.Brasília, DF, 2007.

RAMOS, Cosete. O despertar do gênio: aprendendo com o cérebro inteiro. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 2002.

STERNBERG, R. J. Inteligência plena: ensinando e incentivando a aprendizagem e realização dos alunos. Porto Alegre: Artmed, 2003.

WINNER, E. Crianças superdotadas. mitos e realidades. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1998.



Que filmes posso assistir sobre o tema?



Mentes que brilham

Lances inocentes

Gênio Indomável

Uma mente Brilhante

Sociedade dos Poetas Mortos

Prenda-me se for capaz

Encontrando Forrester

Amadeus

Brilhante

Hackers-Piratas de Computador

Código para o Inferno

O Amor é contagioso (Patch Adams)



Endereços eletrônicos:



www.possibilidades.com.br

www.intelliwise.com.br

www.talentocriativo.com.br

http://www.pedagobrasil.com.br/

www.ufsm/ce/revista.com.br

http://www.scielo.br/pdf/pee/v12n2/v12n2a05.pdf - Artigo - A importância da família no desenvolvimento da superdotação



Material elaborado/adaptado pela Coordenadora Pedagógica do NAAH/S Ritta Araújo com Revisão da Coordenadora das Salas Multifuncionais Dartilene Pires de Andrade.24/02/2010. NAAH/S – Núcleo de Altas Habilidades/Superdotação – Salvador – Bahia.

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